quarta-feira, 28 de abril de 2010

Viagens pela provincia

Desde sábado, as viagens foram várias, vou tentar contar um pouquinho delas


1 - Pergamino

Chegamos em tempo, e logo almoçamos! E que conjunto de pessoas, uma mais doida que a outra, tudo no bom sentido. Adivinha o almoço? Empanadas!!! Estavam bem boas, mas é como comer salgado da padoca de almoço, não parece muito saudável...

Falamos e comemos bastante, e quando nos demos conta já era umas 3 da tarde, e nada de trabalho por enquanto. Falamos sobre nos mesmos, sobre cada um, discutimos diversos assuntos, e o Marcelo, presidente da camara, tentou abrir um vinho, que acabou sendo um desastre, ele conseguiu afundar a rolha e a faca para dentro da garrafa, fez uma sujeirada, e sujou todo mundo em volta, por sorte só me acertou no pé! Ah de sobremesa teve sorvete, eu fiquei com fama de ser fanática por sorvete, foram buscar especialmente quando souberam. Mostraram para nós algo que foi uma surpresa, havia uma nota da nossa chegada no jornal da cidade, e fiquei bem surpreendida, até porque uma parte do texto eu que tinha escrito como resumo do projeto!! Citam tudo, até que eu sou de Piracicaba!! Logico que peguei uma cópia ;)

A idéia então foi de irmos ao hotel, nos refrescarmos e voltarmos as 17:30 para realmente trabalhar. Ah o Hotel, descobri que adoro hotéis. O melhor de tudo, um quarto só para mim, e uma TV!!!!! Fazia tempo viu, e como fazia falta! A TV a cabo é boa aqui, tem vários canais de filmes, e passa novela brasileira Tb (não que eu assista, ainda mais aqui).

Voltamos as 17:30 então para trabalhar, e descobrimos que tinham muitos planos programados para nós. Pena que nem tudo deu muito certo. Aparentemente íamos conversar com um cara do governo, que ligou de ultima hora com dificuldades com algum parente e a imprensa era para estar presente, mas Tb não sei porque, só apareceu mais tarde para uma foto. Enfim fizemos a reunião, éramos em 7 pessoas, e eles se demonstraram super antenados, a camara tinha facebook e tudo, no entanto existe um medo sobre a parte política que os restringe. Ainda são bem pequenos e novos, tem um ano e pouco de vida, e uns 15 associados, mas tem muito potencial, tanto pela cidade como pela motivação que demonstraram.

Trabalho a parte fomos jantar mais tarde! Bem mais tarde, tipo umas 23, e foi bem legal. Nos levaram num boliche, o que aqui eles falam em inglês mesmo, bowling. Comi pizza e lanche de milaneza, mtu bom, de sobremesa um doce suíço x lá. Depois jogamos boliche, e eu fiquei em terceira! Aew! Depois ainda jogamos sinuca, desastre total, mesa das mulheres, bola ficava presa, moeda não ia, entre outras coisas. Mas foi divertido. Quando era mais de 1:30 fomos embora, nos ofereceram entrada livre numa balada lá, mas eu e o Julian estávamos quase morrendo de cansados, resolvemos ficar de boa e aproveitar nosso quartinho de hotel!

Incrível como todo mundo tem algo sobre o Brasil para comentar. O Marcelo presidente por exemplo, já havia trabalhado um tempo em são Paulo na parte contábil de uma multinacional, todos já haviam ido para o país, nem que seja para ir para pelotas. O namorado de uma das responsáveis pela camara confessou que gostaria de ter nascido brasileiro, e não argentino.

Domingo, nada de trabalho! Só na social... Fizeram um assado na camara! Estava muito bom, muito mesmo, como em todo churrasco argentino sobra carne, é incrível, aparentemente eles calculam meio kilo por pessoa, independente de criança ou mulher. Maior gafe é faltar comida. E o churrasqueiro é alguém para se venerar, ele fica coma melhor parte da carne, e é sempre o primeiro. Conversamos de tudo um pouco, bom o Julian falou bem mais que eu para variar, mas ainda assim, vimos vídeos, escutamos musicas dos países e etc. Nessa hora eu já não agüentava mais fazer social, juro, meu limite está menor que nunca para essas coisas. E tudo piorou com certas conversas.

Pois é há uma grande diferença de conversar com jovens e conversar com adultos. E realmente, não sei qual me encaixo melhor. Um dos senhores da câmara (pai do Marcelo), que tentava ser entendido de economia vinha com uns papos que só me fez sentir mais burra. Perguntas como, que passa com a reforma agrária e o caso dos sem terras (realmente nunca dei muito bola para esse assunto), ou ainda, como a moeda do Brasil consegue se manter tão forte frente ao dólar sem altos crescimentos na inflação (inflação é um dos grandes problemas da economia argentina). Claro que eu não sabia resposta para nada disso, até tentei me lembrar das aulas do Renato de economia, mas tava difícil. Dei uma enrolada falando sobre o Lula e capital externo, acho que ele ficou de boa.

Mais tarde fizemos um tour pela cidade, que levou 15 min. (é a cidade é tão grande assim). E demos uma passada numa das lojas do Marcelo, é de calçados, e claro, o Julian comprou um tênis (ele tinha esquecido de trazer um, estava apenas com um par de sapatos), muito bem, ele fez preço de custo e ainda nos deu chaverinhos de lembrança.

No final da tarde fomos para a avenida principal, e é incrível, era um domingo e a rua estava lotada, todos os barzinhos, sorveterias, cheias, parecia a BO no sábado a noite depois do quinto dia útil. Tinha até motos fazendo o mesmo barulho, os carros passando divagar da mesma forma par curtir o passeio e ver quem estava onde. Claro que sentamos num bar. Foi divertido. Fiquei a Maior parte do tempo discutindo paralamas do sucesso com o Marcelo, mas tá valendo.

Quando era umas 21 horas o Juan Zitti chegou para nos buscar, prontos para próxima aventura!

Verdia

Saindo de pergamino fomos para verdia, uma cidade minúscula, onde o Juan (chefe fecami) tem algum tipo de trabalho. Fomos com ele no carro da morte, onde metade do caminho foi com o alerta de falta de combustível piscando, detalhe, que aqui é ou gasolina ou diesel. Chegamos mais de 22hrs.

Verdia nos servia apenas de pit stop na verdade. E a casa do Juan, que mora com a filha mais velha, uow, é um loft que eu fiquei um pouquinho com inveja, bem estilo de um que eu ainda quero morar, claro que tirei diversas fotos, sem ele ver claro. Estilo meio rústico e tals. Ele cozinhou, adivinha o que? Asado! (segunda vez no dia!) estava muito bom e tinha batata doce junto... observação que isso já era meia noite. Assistimos um filme, Firewall que estava passando na TNT, muito bom aliás. Eu dormi na parte de cima com a filha, e os meninos na parte de baixo.

No outro dia, que coisa, nada de muito útil, na hora do almoço fomos conversar com um amigo do Juan, mas era sobre coisas pessoais do Julian, que tinha pedido meio como favor, e não sei porque eu fui junto, juro que só me deu conta que não era sobre trabalho quando já estávamos lá, a única coisa proveitosa foram as balas de leite do escritório! Depois almoçamos, pizza. Trabalhamos um pouco, eu, Julian e Juan. E partimos para Alberti. Isso já era umas 17 hrs. Dessa vez fomos de carona com um amigo do Juan, que aparentemente era da FECAMI Tb, se lembrava de nós, porém a gente não fazia idéia de quem era!!

Que dó, dormimos o caminho INTEIRO!

Alberti

Em Alberti, uma cidade mega pequena, se eu entendi bem com uns 10 mil habitantes, por ai. Basicamente agrícola, como a maioria das cidades da região que estávamos. Lá mora o Oscar, presidente da FECAMI. Quando chegamos fomos para a casa dele, onde estava uma das filhas para nos receber, esta com 12 anos e uma amiga pentelha. Eu realmente não tenho paciência com crianças, diferente do Julian, ainda bem. A amiga da filha não entendia uma palavra do que eu dizia, e me zuou que eu colocava i no lugar do r (acho que já ouvi isso antes) hauihauihuai

Finalmente um taxi chegou para nos deixar na câmara de Alberti. Acontece que eles estavam trabalhando, em coisas serias, e chegamos bem no meio. A solução foi chamar outro taxi e nos deixar no hotel, e combinamos de trabalhar só no dia seguinte. O hotel era uma graça. E estávamos felizes que finalmente íamos jantar num horário normal, 20:30 e dormir em um também. Fomos então para a praça central, em um dos restaurantes, e tudo que tinha era hambúrguer. Estava bom, mas ainda assim.. nada saudável.

Depois disso resolvemos dar uma volta, o Julian ainda queria um cachorro quente e eu um doce. No caminho nos deparamos com um protesto, toda a cidade reunida, a gente perdida, e ficamos sabendo o motivo, Oscar nos contou, é que a pouco tempo um jovem tinham morrido e parece que foi uma briga, entre os morados, e todos sabem quem foi que matou, mas a policia não faz nada e coisas do tipo, fazia mais de 20 anos que não se tinha uma morte desse nipe na cidade. Por achamos uma padaria, 0,50 o pedaço do bolo, comprei, mas estava ruuuuiiim, huahiauia. Passamos num mercadinho e nos reabastecemos de porcaria, e eu tomei um sorvetinho.

Dia seguinte bem cedo nos encontramos com Oscar, para um café e um pouco de conversa. Depois fomos nos encontrar com o resto da diretoria da câmara. Eram em 4, sendo que estes eram os que fundaram a câmara, 10 anos atrás e ainda continuam ativos, nem preciso falar que uma das debilidades é achar sucessores e dividir as tarefas. São bem simples e acoplam na lista de empreendedores artesãos, o que são famosos por suas feiras. Ganhamos bombons !

Bragado

Por volta da meio dia fomos para Bragado, uma cidade a uns 25 min de Alberti, onde tem ônibus que precisávamos tomar. Para nossa infelicidade o bus estava atrasado, mais de uma hora. Tivemos que almoçar na rodoviária, lanche de milanesa (tava bem bom por sinal), fomos num daqueles que tem dois andares e reclina para dormir.

Chegamos então a 9 de Julio, mais de 2 horas da tarde.

9 de Julio

Pelo atraso inesperado perdemos o almoço que nos esperava especialmente. Juan Carlos, presidente da câmara da cidade foi nos pegar na rodoviária. Cara muito inteligente e disposto, bem simples, mas tem bastante gana, como diriam os argentinos. A cidade é bem pequena, mas muito conhecida pela região, inclusive muitos estudam em La plata, e tem no minino 3 de 9 de Julio na AIESEC aqui, exemplo o próprio presidente!

Fomos para sua casa, e passamos um tempo conversando. Nessa conversa consegui me interar um pouco mais, mesmo sendo coisas de adultos. Discutimos a política de exportação, importação, parte de impostos, e banco central, quase que continuação da conversa em Pergamino, mas mais instrutiva. Para varias o Juan Carlos já tinha ido ao Brasil, visitando um projeto em uma favela em são Paulo, o que também gerou um pouco de discussão.

Depois disso fomos para o escritório da câmara, conversamos até umas 17 horas. Depois fomos visitar um dos microempresários de sucesso que apoiavam a câmara. Realmente um cara exemplo, novíssimo abriu seu próprio negocio de materiais agrícolas e tem prosperado. Gente boa. Depois voltamos para a casa do Juan, Julian tinha que se trocar, porque íamos ter uma “coletiva” de impresa, hahaha. Que vergonha, a mulher do Juan até passou a camisa do Julian...

Voltamos ao escritório, e nos esperavam a TV local, o jornal, a radio. Foi bem doido, eu avisei antes de tudo que não queria falar, porque não falava bem espanhol e tals, mas que podia aparecer. Mas foi como falar para as paredes. Fizeram perguntas para mim e tudo, além de ter que pensar na hora numa resposta coerente ainda tinha que ser em espanhol. Mas me sai melhor que esperava. O cara que nos entrevistou para TV é meio que celebridade local, no fim ele quis tirar foto comigo e tudo, nem me senti neh! Huaihauihaui 5 min de fama em 9 de Julio!! Hahahaha

Depois da parte flufly voltamos a trabalhar, e a câmara da cidade anda bem desfalcada, alem do presidente apareceu a tesoureira que conversou com a gente 20 min e depois teve que ir, isso mostra a pouco interação e disposição e envolvimento dos membros da diretoria. De modo geral eles estão bem perdidos, a câmara também é nova, mas não consegue gerar nenhum tipo de beneficio aos associados, além de ter um mindset muito restrito, coisa que tentamos quebrar um pouco com a nossa visita, de que sim, we can!

Depois disso tudo fomos jantar, já era umas 22:30. A mulher do Juan Carlos que cozinhou, estava divino, seriao, uma das melhores coisas que comi por aqui, comida caseira finalmente. Tá era milaneza, mas tava ótima, e mais tinha, batata doce (que não sei se deu pra perceber mas eu curto) e um prato que ela inventou, com massa que parecia de pastel, mas feito tipo esfirra,só que com um recheio de batata e abobora e carne moída, estava ótimo, repeti 3 vezes o prato. Hahhaha

Ficamos ainda um tempão na casa, Julian ajudou a filhinha de 10 anos de Juan com a lição de casa e tudo. Conversamos sobre os outros projetos paralelos dele, que são vários, o cara é uma máquina, e chegamos até ao papo que a energia na argentina era feita através de cooperativas, que distribuía e realizava outros projetos na cidade. Finalmente fomos para o hotel, quase 2 manhã. Detalhes que temos que sair com a chave do nosso quarto, e ainda mais, a chave do hotel! Porque fecha tudo depois das 23hrs, então a gente que tranca e abre o hotel para entrar. Só em cidade pequena mesmo.

Combinamos de acordar bem cedo. Mas que desastre.

Junin

7:30 já estava de pé tomando café da manhã (medialuna = croassaint e café). Acontece que combinamos de entrarmos o Juan zitti (chefe) em outra cidade, que ficava no meio do caminho, onde ele ia nos pegar, e íamos todos juntos de volta para La Plata. Isso era, que antes do almoço tínhamos que estar em Junin. Acontece que o único ônibus de 9 de Julio para junin que chega antes sai as 8. Então chegamos lá as 10 hrs da manhã, mortos.

Juan então nos disse que 12 estaria lá, para darmos umas voltas e tals. Junin é uma cidade bem legal, com um centro mais concentrado, deve ter uns 100 mil habitantes, tipo Pergamino. Fomos no museu de arte contemporânea, visitamos a catedral, a estação de trem, a faculdade, e nada de Juan. 12:30 avisou que ia atrasar. Por fim comemos e fomos numa lan house. Detalhe compramos pipoca doce! Nossa que saudade! hahhaha

Lá pelas 3 da tarde o bendito chega, passamos o dia todo a toa, mais um dia meio que perdido. Podiamos ter aproveitado mais o hotel, ter pego o bus das 12 e ainda chegávamos a tempo. Enfim, raivas a parte, voltei o caminho todo na parte de trás, com o PC ligado, ouvindo musica até dormir.

La Plata

Voltamos a La Plata, mais ou menos umas 6 da tarde. As 9 fui jantar com um amigo da AIESEC, uma pizzaria ótima, sorvetinho e sinuca. Julian também saiu, mas não sei bem com quem. Bem de leve para fechar o ciclo viagens. Isso era Quarta feira, dia 21!

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