Gente, esse post esta grande. Mas é porque sentei uma noite e escrevi tudo que aconteceu em 2 semanas, isso estava me matando, entao foi tudo de uma vez, é como se eu pudesse seguir em frente. No word deu mais que 10 paginas, vou entender se nao conseguirem chegar até o final, mas é simplesmente algo que eu tenho que postar!
O confronto
Segunda, O trabalho teve que ser intenso. Na verdade foi um dia critico, quase um divisor de águas. O que acontece é o seguinte. Eu e o Julian chegamos a um impasse. Somos muito diferentes, trabalhamos de forma diferente, e até então creio que estávamos ignorando isso, o que afeta nosso trabalho, e estava começando a me preocupar. Frente a isso tivemos uma conversa, um alinhamento.Sabe, nosso trabalho aqui é muito flexível, e depende muito mais de nós do que qualquer coisa. Aqui, a empresa tem apenas uma expectativa, que alguma coisa mude com a nossa vinda. Porém nos que temos que identificar, implementar e atacar os pontos, que nós julgamos interessante. Tão pouco nos cobram, mas esperam! Então temos que ser hiper responsáveis, e tem muito o que fazer e pouco tempo. E estava me preocupando que as coisas não pareciam andar, e nem ficar mais clara, para mim parecia mais falatoria do que coisas concretas, e pessoalmente é um defeito meu, eu adoro planejar, porem a execução são outros quinhentos.
Ok, a nossa conversa. Então na verdade eu comecei, pq fiquei meio brava que ele enviou um material para um nosso chefe antes de me mostrar. Quer dizer, eu fiz e enviei para que ele me desse feedback, e o que ele fez, mudou o que achava que convinha e já enviou direto pro chefe, simplesmente me pos em copia. Ele deu a ultima palavra em algo que eu estava trabalho e nem me consultou se eu aprovava as mudanças que ele havia feito e pronto! Aaaah me senti ofendida, e fui confronta-lo sobre isso. Crise. Ele nem percebeu o que havia feito. Porque trabalhamos diferente sabe. Acontece. Claro que falei de uma maneira educada e blábláblá. Tem zilhoes de coisas que me irritam quanto ao Julian, mas também creio que nos complementamos, com nossos jeitos e personalidades tão diferentes. Então fizemos criticas construtivas e finalmente conseguimos achar uma forma melhor de trabalhar. Acredita que eu sou a organizada que estrutura e pensa nos detalhes? Pois é, nada a ver do jeito que sou como pessoa né, mas como profissional...
Brandsen
Isso tudo segunda de manhã. Depois do almoço, coisa que não fizemos (almoçar), tivemos reuniãozinha, e depois viajamos novamente, coleta de informação com a camara de Brandsen, uma cidade a uma hora de La Plata. Compramos um cachorro quente na estação de ônibus e nos fomos. Chegamos as 4 horas, estava bem frio esse dia. A cidade é pequena, deve ter uns 40 mil habitantes e como todas as outras, basicamente rural. A camara existe a 12 anos, mas agora anda meio parada, se reestruturando, mas tem muito potencial. A membra fundadora é uma senhora baxinha simpática, moh velhinha, mas que tem um entusiasmo, um animo, e tantas idéias, que é impressionante. E o melhor, o café, as bolachas e os muffins estavam deliciosos, eu e ojulian comemos com gosto! Juro, depois fiquei com uma baita dor de estomago.
Los mexicanos
Chegamos e tínhamos a surpresa nos esperando, ou melhor, não estavam! Supostamente 5 mexicanos (1 homem e 4 mulheres) vieram de uma universidade x do México para trabalhar na FECAMI, é um convenio que eles tem, nada a ver com AIESEC, para fazer a parte pratica de estagio deles. Não eh bem uma graduação, eh mais um técnico, dura 2 anos, desses 4 meses são de estagio.
Os encarregados do projeto sou eu e o Julian, e vamos tratar de coordená-los enquanto estão cada dois em alguma cidade da província, trabalhando com uma câmara em especifico. Por isso que antes de se vão ficam todos alguns dias aqui em La Plata, para uma introdução, para conhecer-los melhor e tals. Tá acontece que chegamos 21:30 da noite de Brandsen, e eles tinham ido no supermercado. Só que não voltavam nunca, pobre do Juan, chefinho, não agüentou esperar (porque ia nos apresentar), e se foi. Logo começamos a ficar preocupados, onde estariam esses loucos, mas de 22:30 e nada, estávamos esperando para jantarmos juntos e tudo. Resolvemos ir a caça. Pegamos as fotos do cv, pra ter uma noção de como eram (não ajudou muito). Fomos pro supermercado! E nada! Eis que na esquina encontramos um grupo de 4 mulheres, diferentes, com frio e sacolas do mercado (chamado Coto). Ahá só podia ser elas! Então nos aproximamos, perguntamos a hora, Julian pediu um cigarro, e perguntamos se eram de La plata, huaihai super detetives nós. E não era que eram elas mesmo? Achamos que estavam perdidas, mas não, até porque seria demais, Coto fica 2 quarteiroes de casa...
Estavam esperando o carinha (chamado Rodrigo), que voltou para comprar cerveja. Aproveitando que ele estava na fila para pagar eu fui correndo comprar uma lâmpada que já fazia uma semana que estávamos sem lluz no nosso quarto (huiahiuuia). Detalhes, ele não pode comprar, pq não vendem álcool depois das 9 no supermercado! E eles já tinham todos jantado! No caminho de volta eu e o Julian compramos empanadas para nos dois, e passaram num kiosco comprar cerveja. Aqui alem da Quilmes se toma muito Stela Artois. Enfim, aquela zona em casa, juro que tentei me socializar, mas não queria! E me dava nervoso tanta gente x. Não tenho papo com essas pessoas, não sei o que perguntar, ainda mais quando não me interessa, descobri que apesar de gostar de estar entre pessoas, eu posso ser muito antisocial.
Toda a semana ficamos por conta deles. Terça fizemos uma programaçãozinha contando sobre o projeto, o que iam fazer, algumas dinâmicas, dicas de sobrevivência, choque cultural. Engraçado como a gente só se dá conta do tanto que sabe quando tem que ensinar a outras pessoas. Foi bem legal até. Levamos eles conhecerem a catedral, fomos para o centro, tentaram trocar dinheiro, mas aqui as casas de cambio fecham as 3!! A maioria dos lugares para comer também. Basicamente muita coisa fecha as 3 e teoricamente abrem as 5 e ficam ate noitão. Então é comum 8 horas da noite e o centro cheio, lojas abertas e tals, não é como no Brasil que tudo fecha as 6 hrs e basta. De noite festejaram entre eles, porque no dia seguinte iam se separar. Eu fiquei bem de boa na minha, no quarto assistindo seriado, me contendo para não mata-los, as gurias riem mais que a valesca e a Regina juntas! Huaihaiuhaiu serio, a risada delas tava deixando eu e o Julian a ponto de nos suicidarmos.
Quarta teve reunião do conselho, como todo mês. Ai foram apresentados os mexicanos, e foi dada a primeira palestra sobre balanced score card e planejamento estratégico e liderança do nosso parceiro externo, uma consultoria de RH. A gente só assistiu e ficamos de dar nosso feedback para o chefe (eles parecem curtir nossas opiniões!) . Eu não gostei muito não na realidade, mas o povo vixi, super curtiu. Achei que teve pouca interação, muita informação, slides confusos, sem padrão nenhum, duvido que absorveram qualquer coisa. A de liderança então, descordo até do conteúdo! Muitos nunca tinham escutado falar de varias dessas coisas, vai ver por isso eles gostaram, mas o importante foi que motivou o pessoal da federação.
Ai de tarde Ana e Alejandra (2 mexicanas), se foram para bragado com o presidente da camara. Nós que sobramos, agora 5 almoçamos o resto de empanadas do povo (esquecemos de pedir almoço e quando acabou a reunião, as 3, já tava tudo fechado). Descansamos, e final de tarde fomos dar umas voltas, comemos sorvete no thionis, passamos num barzinho, eu tomei um café, galera cerveja. O interessante eh que aqui se vc pede cerveja sempre vem algum acompanhamento, o mais popular eh o amendoim! De graça! Depois chamamos um pessoal da aiesec e fomos jogar bilhar, to ficando quase boa já. Foi o Gustavo, gabo, agus, gonza, tincho, Rodrigo (mex), Karla (mex) e monika (mex), ah e o Julian. Na volta paramos para uns panchos (cachorro quente).Ah já ia me esquecendo, chegamos em casa era umas 23 hrs, e que legal, esqueci a chave dentro de casa! Não sei se eu cheguei a comentar, mas eu sempre fui a responsável pela chave, esse eh um dos meus papeis aqui. E nesse dia eu esqueci dentro de casa, acontece que vc pode abrir a porta por dentro sem chave, mas por fora não tem como, eh como que se vc encosta ela, ela trava e só com chave para abrir, nem maçaneta existe. Tocou a gente ligar pro chefe, o Julian subiu num taxi e foi pegar a chave reserva. Oops!
Quinta foi um dia tranqüilo, eu o julian trabalhamos normalmente, tcc e tals. Almoço nada de mais, Julian foi pra bs e eu fiquei sozinha com os mexicanos. Saímos para jantar apenas, foi minha única interação, comemos pizza num lugar Muito Bom aqui do lado, que eu nunca tinha comido, depois compramos uns alfajores e ficamos felizes.
Sexta, trabalhei bem pouco de manhã, acho que fiz mais meu tcc que outra coisa, somente sai com os mexicanos almoçar no burguerking, umas 4 da tarde. Fiquei trabalhando depois e assistindo uns seriados nesse meio tempo. Umas 23 o Julian voltou da capital. E umas 24 as 2 chicas mexicanas voltaram de bragado por conta própria para viajar com os amiguinhos! Detalhe que não sabia direito que iam vir, a paz se desfez de novo, digo isso porque eu era capaz de controlar 3 pessoas, mas um grupo de 5, onde 4 são mulheres, e amigas, fica mais complicado, tem seus segredos, qualquer decisão demora um século, e assim vai, sem dizer que voltamos a ser 7 na casa! Mas não deixei isso atrapalhar! Porque foi dia de festa! A Aiesec aqui de La plata organizou uma festa para arrecadar dinheiro para irem ao congresso da outra semana, e como previa, as chicas quiseram ficar entre elas, e ficaram sexta a noite em casa, e fomos eu, Julian e Rodrigo (mex) para a balada!
Esteve muito boa! O Julian já chegou bêbado detalhe, porque estava bebendo com a mulherada em casa antes de sairmos. Chegamos umas 1:30 na festa, como éramos trainees nos deixaram entrar sem cobrar nada. A festa tava bem cheia, foi bem legal, e para surpresa de todos eu experimentei uma bebida alcoólica (afff), pois eh. Um gole de fermet com coca, horrível, um copo inteiro de Gancia (eh hiper leve e doce, bebida de mulher), ruim também, mas menos pior, e 3 goles de vodka com coca, horrível e desisti de beber. Não fizeram efeito nenhum, soh gastei dinheiro e tomei coisas ruins, ta vendo, beber não eh para mim, MESMO! Foi engraçado o sucesso do mexicano, acontece que ele não se parece nada com o típico mexicano que podemos imaginar, esse é magrinho e tals, branquinho, olhos claros, cabelo castanho, liso... nada que ver, e a mulherada achou ele gatinho (eu nem achei nada de mais, mas enfim, inclusive ele eh bem menor que eu).
A festa foi ate umas 6:30, o julian já estava fora de si, e não me dava atenção, impossível cuidar dele, então eu deixo que faça o que queira. Ele ficou ainda bebendo com um cara da AIESEC e eu voltei para casa, um amigo me acompanhou a PE mesmo para que eu não voltasse sozinha. Cheguei e tals e dei uma dormidinha, isso já era umas 7 e pouco. Acordei umas 9, e nada do Julian! Acontece que tínhamos que pegar um bus as 10 hrs!!! Mandei msg pra ele e nada, liguei no cel dele, adivinha, ele foi direto pra rodoviária da festa, ou seja, roupa de balada e bebasso! Eu tratei de tomar banho, pegar a mochila dele e ir correndo pra rodoviária! Quase morri no caminho, dor na perna, cabelo molhado... um desastre. Mas finalmente chegamos a tempo, ainda compramos uns sandwiches na rodoviária pra ir comendo...
E ai fomos trabalhar, fui tirando a maquiagem no ônibus, Julian dormindo... Tivemos que ir a Buenos Aieres (uma hora) e de lá pegar um trem para TIGRE!! Tivemos sorte o dia estava lindo!! Quando chegamos surpresa, não tínhamos nem idéia quem vinha, nem o telefone (pq esquecemos o papel em casa na correria). Para nossa sorte, os mexicanos estavam em casa! Aeeeeeewww, e nos ajudaram com isso! Nesse tempo o Julian foi comer um choripancho (cachorro quente com lingüiça).Eis que o presidente da camara chega para nos pegar!!! E nos levar para onde primeiro? Para comer choripan!! Huaihaiuhaui
Galera estava fazendo um churrasco, mas soh de lingüiça (chorizo) com pão!. Estava bem bom por sinal. De lá saímos conhecer a cidade, demos voltas de carro... e que medo! O cara que estava dirigindo eh um dos da camara, e tem uma caminhonete, não sei o que acontece, esse povo eh tudo louco, ele quase batia em tudo, entrou varias vezes sem querer na contra mão, era o carro da morte, sem brincadera! Mas carona é carona! Fomos visitar o museu, a parte dos rios, é que tigres fica num delta, onde se encontram rios importantes, como o rio Paraná com algum outro, alem de outros menores, então tem algumas pontes na cidade, bastante barquinhos. Tem uma feira famosa pela qual soh passamos também, tem um parque de diversão e etc. Depois disso fomos para o escritório e passamos a tarde trabalhando. Na volta de noite o doido do carro se ofereceu para nos levar a Buenos aires, de onde tomamos o ônibus de volta. Chegamos umas 22 hrs em casa, e ficamos de boa. Os mexicanos não estavam tinham ido a Buenos aieres, voltaram de madrugada. Mas não entendi muito o que fizeram, eles são meio perdidos, soh sei que nem casa rosada eles viram.
Domingo foi o dia do almoço multicultural!! A principio ia ser uma jantar neh, mas tínhamos que viajar de noite a trabalho, então mudamos para de dia. Logo tivemos que acordar cedo! Os mexicanos cozinharam tortillas, tinha que ver, eles fizeram tudo, a massa e tals. Julian fez patacones colombianos, tipo banana frita, e suco de laranja com cenoura. Alem dos mexicanos como convidados vieram algumas pessoas da aiesec, como o Lucas, Belém, iara, agus e gabo. Não saiu tudo como esperado, mas foi divertido, a comida saiu soh as 2 da tarde e foi aquela bagunça. Devem estar se perguntando o que eu cozinhei neh. Fiz brigadeiro!!!! Pelo numero de pessoas, 12 pessoas, e sabendo que eu sozinha como uma receita, fiz três neh. Mas eu queimei, ficou péssimo. Masssss para os nossos padrões, galera comeu, os mexicanos adoraram, o Julian perguntou se tinha um toque de café (huiahaui esse era o toque de queimado dando um sabor extra), e eu desisto de cozinhar... hauihaiuhauihua
Domingo a noite, umas 21 horas iamos todo no mesmo busao. Nos 2, mas 3 mexicanos descíamos em Bragado, e outras 2 continuavam ate Trenque Lauquen. Chegamos as 2 da manhã em bragado, no meio da pista (pq o tal do bus não entrava na cidade), sem noção para onde tínhamos que ir. Quando era meia noite mais ou menos, nosso chefe nos disse para seguir as duas chicas, por que ficaríamos no mesmo lugar que elas (lembra aquelas duas que se foram antes, e depois voltaram so para passear?). Elas não sabiam o endereço também, porque havia apenas 2 dias que estavam na cidade e tals. Fomos andando pela pista, ate encontrar um posto de gasolina (imaginem isso com malas) . As meninas conseguiram se comunicar com a senhora da casa onde estavam hospedadas, e assim chamamos 2 taxis e nos fomos na direção. Aí complicou, porque a pobre senhora de idade não esperava 3 pessoas a mais, a uma hora daquelas, e tão pouco tinha lugar pra gente! O que fizemos, alem de xingar nosso chefe pela desorganização, foi procurar um hotel 3 hrs da manha, numa cidade de 50 mil habitantes pleno domingo. Rodamos a cidade de taxi, que tava sendo super gente boa, moh solidário... não era bem um taxi, aqui são chamados de remisses, como um taxi que a gente combina o preço antes sabe, acho que não são registrados no Brasil sabe. Passamos por uns 3 e nada, ate que achamos um ótimo!!! Sol nasciente chama, 70 pesos a noite, cada um.
O Julian escreveu um email contando o ocorrido e demonstrando nossa frustração e preocupação sobre a desorganização e tals. Até porque deixamos no ônibus 2 meninas para uma cidade e não tínhamos como saber se alguém as esperava e nem o que devíamos dizer a elas (alem de tudo que se passou). Creio que chefe entendeu a mensagem, e quando chegou para nos buscar, as 4 hrs da tarde no hotel em bragado ele parecia mais cuidadoso. O caso nessa cidade foi um pouco diferente, porque vieram na segunda Juan (chefe) e o Oscar (presidente), para nos acompanhar nas reuniões. Primeiro reunimos a camara, conversamos bastante, seguimos nossa rotina de levantamento de dados, mas dessa vez como tinha mais gente para falar, não foi tão produtiva como eu esperava. Tratamos também de discutir um pouco o trabalho que as mexicanas vão elaborar na cidade com eles. No final da tarde fomos para a prefeitura, onde fizemos mais coisa de mídia, estavam a TV, radio, jornal, e fomos apresentados para o prefeito, um deputado x e mais outro que não lembro o que era, mais o pessoal da camara e da FECAMI. Essa vez não tive que falar nada, apenas possar para foto!
Assim que acabou fomos direto para Trenque Lauquen de carro com o Juan (eu, Julian e o Rodrigo). Foram mais algumas horas de viagem, eu fui meio autistando, e eles falando, falando, falando... Chegamos umas 21:30 na cidade, e fomos direto na reunião com essa camara. Mesma coisa, angariar informações, apresentar o projeto, explicar o material, os próximos passos, lições de motivação e blabalbla, tudo isso comendo umas empanadas hehehe.
O pessoal da cidade é muito gente boa, mas falta muito para realmente serem uma camara (associação se preferem falar). São novos, 1 ano apenas que se reuniram, altamente dependente da prefeitura. Depois da reunião Juan se foi com Rodrigo para Verdia, onde ele vai ficar os 4 meses, sozinho no caso, mas morando no loft do chefe. Eu e o Julian ficamos a noite em TL, na casa da Angela, uma senhora supimpa que faz parte da camara. Essa mulher a gente conheceu a assembléia que teve em La Plata, no jockey club, onde a gente conheceu também suas filhas, com a qual uma delas “sumiu” com o Julian, e não voltavam para me devolver a chave!! (lembram disso?) Bom, foi na casa delas que ficamos, onde também estão hospedadas as outras 2 mexicanas que seguiram viagem (Karla e monika). Eu diria que elas se encontram, as 4 juntas se riem, e cochicham e se divertem de um jeito que me irrita profundamente, mas são felizes assim. Eu acho muito chato reclamar, ainda mais porque elas nos receberam tão bem e foram um amor de pessoa, todas, mas impossível viver naquela casa. Não é o problema dela ser pequena, simples e tals, longe disso, mas era muito desordenada, lotada de coisas, bagunçada, quebrada, suja, não por mal, mas reflete a espontaneidade e loucura delas, mais ou menos hippie de ser. Alem de tudo cachorro, gato, que sobre em tudo, e por ai vai.
Fiquei no quarto das irmãs, na cama da Maite, essa eh a mais nova, e ela eh linda, linda mesmo, magra, super invejei a magreza dela, mas ainda tem muito o que aprender. Hauihaui (falou a velha experiente neh). A outra se chama Irma! 2 anos mais velha eu acho, deve ter 20 anos, cozinha que eh uma beleza, esta na faculdade, como um técnico eu acho, e tem um negocio de comida com a mãe, elas vendem para rotisserie e lugares assim, massa de panqueca principalmente... eu vi ela fazendo, eh demais, ai comemos panqueca com doce de leite no café da manha! Delicioso. A Ângela também cozinha, ela trabalha numa escola como merendeira e da aula de culinária em algumas escolas para mulheres. Ou seja, estávamos bem. 2 dias com tudo caseiro. Comemos pizza, que a Irma fez ate a massa. Sandwuiches, milaneza, purê de batata, tudo Irma!
Apesar disso tudo, tenho certeza que não sobreviveria La muito tempo. Na primeira noite (depois da reunião), chamaram uns 2 amigos lá para casa delas, tomaram cerveja, e a tequila das mexicanas, comemos amendoim, salame, pãozinho e fomos jogar boliche! Mas esse boliche era meio das cavernas, cidade pequena sabe como é. Para começar não era um lugar de sair nada, era no clube da cidade, e tudo era manual, sim, quem levantava os pinos era pessoas, e a gente mesmo que tinha que marcar os pontos. Uma vez joguei a bola e acertou a canela de um dos trabalhavam lá! Haiuhaiu que dó! E a bola parecia de bocha, ela pequena, e nem buraco para colocar os dedos tinha. Lá galera bebeu um pouco mais, eu e a karlita já quase dormíamos na mesa. Até que finamente voltamos as 4 da manha para a casa maluca.
Dormi e acordei com um dos olhos meio zuado, acho que foi a alergia a poeira, como se fosse um tersol, mas no meu caso nunca vira tersol ou com pus nem nada, só fica vermelhinho e inchado. Só vê quem prestar muita atenção, mas eu sinto dor neh. Como sempre pessoal tudo meio desorganizado mudaram os planos e eu fiquei meio perdida, confesso que desencanei e segui o fluxo, nos deixaram dormindo, dormi até umas 12. Almocei e fiquei fazendo umas coisas no PC, quando vi dormi de novo, acordei com o relincho de um cavalo na janela!!! Hauihaui apareceu do nada, juro. Final de tarde fomos no prédio de uma cooperativa que apóia a “camara”, provendo lugar e parte no conselho também, para fazer mídia, de novo. Estava toda a imprensa, e novamente falamos sobre nós e o projeto, entrevistas, dessa vez tive que falar, pouco, mas tive. Sempre deixo o Julian falar mais, claro, alem dele ser mais comunicativo, tem o lance da língua tals. Mas essa vez em TL eu me senti um pouco mal sobre isso, porque o povo estava me excluindo, insistindo no quão bom o Julian é, para começar odeio que pensem que eu sou burra, e foi assim que me senti, alem de completamente dispensável. Fiquei meio irritada, e acho que foi notável. Juntou com a pequena briga que tive com o Julian, por ele ter gastado todo o dinheiro para viagem na noite anterior com bebida (muito irresponsável). A principio tentei disfarçar, mas é impossível para mim, simplesmente transparece tudo o que to pensando na minha expressão.
Depois da imprensa fomos dar uma volta pela cidade, eles ficaram vendo celular, e eu com cara de desanimo. De lá fomos para a inauguração de uma praça em um dos bairros novos da cidade. Novos porque a cidade esta crescendo, mas tão pouco é um lado rico... ali estavam diversas cooperativas que apoiavam o projeto da praça, alem do povo que mora no bairro, e novamente a imprensa. Julian deu uma entrevista e tudo. Tava o prefeito também e um povo supostamente importante. Eu achei a praça muito mal projetada, a pintura no muro bem mal gosto, nada que ver nada. Enfim, galera pareceu curtir, as crianças estavam a toda brincando nos brinquedos e tals, foi uma iniciativa legal até. Nesse momento fiquei reflexiva, e decidi mudar de postura, não adiantava eu ficar brava, chateada, não deveria fazer com que isso afetasse meus resultados e minha contribuição e o quando eu poderia fazer pela cidade, mesmo que praticamente me excluíssem das coisas. E isso mudou minha cara.
Voltamos a PE para casa, estava bem frio viu. Eu tinha esperança que íamos nos reunir de noite com a camara para trabalhar, aproveitar o tempo que estávamos lá, mas que nada, não foram capazes de juntar pessoas num horário hábil para todos. Foi que nada mais fizemos. Ficou marcado para o dia seguinte, quarta a noite, e nós íamos pegar o bus da meia noite, assim que tínhamos tempo. Daí de noite fiquei trabalhando no PC no quarto e o povo na sala (meu lado antisocial) E para dormir, foi um pouco difícil, no mesmo quarto dormiu a Irma e a Angela, elas roncam muito!! Sem brincadera!! E para ajudar, no meio da noite o cachorro tentou tirar minha coberta, eu puxava e quando me dava conta lá estava ele de novo puxando também... bem minha cara achar isso legal.
Dia seguinte, quarta, acordamos cedo! E foi divertido também, fomos para a prefeitura, encontrar o prefeito no gabinete, que nos recebeu conversamos um pouco e tals. Conhecemos o lugar onde as mexicanas vão trabalhar, vimos como vai funcionar horários, acesso a internet e essas coisas. Depois a Marta, que é a mina da prefeitura que praticamente carrega a camara nos ombros, me chamou de canto e veio falar comigo coisas que me deixaram bem motivada. Ela propôs eu ficar mais alguns dias na cidade, para ajudar o povo no trampo deles, porque ela viu em mim como uma pessoa que sabia bastante coisa, que tinha muito o que ajudar, que viu que meu jeito de trabalhar é diferente, e mesmo sem falar muito eu fazia observações importantes e blábláblá. Fiquei me sentindo neh, mas o melhor, é que fui de oito a oitenta nessa cidade, de não reconhecida a requisitada. Fiquei de responder depois.
De lá fomos de carro, que carro, muito doido! É o carro da Irma, não conseguir explicar, mas é um Fiat bem antigo, desses modelos que já não existem mais, e ele é cheio dos esquemas. O banco do copiloto não para de pé, então tem uma cadeira de praia que ela usa para segurar o encosto. E atrás onde vão os passageiros, um dos lados está sem fundo, tem um buraco no chão, então ela colocou um prato que fica tampando. Seria engraçado, se não fosse trágico. Mas ei serviu para nos transportar, o que estava mais que bom! Dessa vez fomos num escola! Onde a Angela trabalha, fica na periferia da cidade, então é aquele povo bonito, metade das meninas grávidas, e assim vai (exagero). Participamos da aula de historia do povo mais velho de 15, 17 anos, foi bem legal, contamos um sobre a gente, a importancia de estudar, de conhecer as coisas, as possibilidades de carreira, tudo bem informal, conversando mesmo. Eles nos fizeram varias perguntas, de zilhoes de tipos, mas o que mais interessavam eles era sobre novela, futebol (coisas não entendo nada), nos perguntavam que celular tínhamos, e uma quis saber sobre as modelos do Brasil (que se pode dizer sobre isso? Huaihaiua). O mais doido foi quando estava no recreio!!! Juntaram varias crianças envolta da gente, e ficavam olhando, rindo, e não falavam nada, a gente falava oi, dizia nosso nome, e eles ficavam rindo, se aglomerando, bem doido esse povo. Até que começou outra aula, e as menininhas de 14, 15 insistiram pra gente participar com elas, até que a professora nos chamou. Era aula de moral e cívica, tipo cidadania, tem isso ainda no Brasil? E são muitos alunos, por isso dividiram em 3 grupos e a gente ia rodando um tempo em cada grupo, falando nada de mais, falando as mesmas coisas, quem a gente era, o que estavam fazendo lá e respondendo perguntas. Mas o povo não era fácil!! No Primeiro grupo que eu fui uma menina de 14 me perguntou se eu tinha namorado, eu falei que não, e ela respondeu se eu não queria ser namorada dela!!! Uiahauihauiahui geeeeeeeeeeeeeeente, fiquei mega sem graça, dei risada e mudei de assunto, fingindo desentendida...
Voltamos para a casa, e não fizemos mais nada, eu fiquei no PC na cama, e comecei a ficar mal, dor de garganta, cipah febre. Tomei um remédio e descansei. E de novo a camara não foi!! Não conseguiram se reunir, e eu fiquei conversando com a angela sobre minha frustração quando a isso, que nem com a gente lá foi possível juntar o povo, em 3 dias praticamente. Pra que, a senhora começou a contar tudo quanto é coisa, suas idéias, teóricas, histórico de vida, realidades diferentes, sobre os empreendimentos, e eu fiquei ouvindo, aprendi bastante, mas não cheguei a nenhum conclusão de como ajudá-los. Com isso me fui com Julian, decidi não ficar, porque achei que poderia morrer doente se continuasse lá.
Pegamos o bus, quase uma da manhã, são 7 horas de viagem até La Plata. Quinta dia perdido né. Chegamos, ainda fui no PC um pouco, e dormi o resto do dia, eu dormi muito mal no busão, o banco era um pouco menor que o normal o meu assento no canto sozinho, me ferrei. Coitado, o Julian ainda teve que ir para aula de noite na capital. Um detalhe, este tempo que estivemos viajando, o Tesoureiro da fecami ficou dormindo aqui em casa, porque ele também não é de La plata, e nesse dia ficamos soh nos dois, ele eh um senhor que não tem fiilhos nem esposa nem nada, mora sozinho e tals. Entao ficamos conversando bastante, me contou tudo da camara da cidade dele (lujan), e eu fiz macarrão! Acredita que ele nunca tinha comido macarrão com atum? Acho que ele gostou, porque quase não teve para mim, ainda fiquei com fome, e fiz um ovinho depois. Depois foi bem legal, fizemos um áudio conferencia via skype, Juntando a patota de ribeirão!! Falamos 2 horas, eu, Laís, Regina, Tati, valesca e gabi! Like old times. Tava com saudade!! Combinamos agora que toda quinta vamos nos reunir, como costumávamos fazer ao vivo em ribs.
Sexta, trabalho, e finalmente fizemos uma copia da chave (que orgulho em Laís!)!! Chegaram mais 4 mexicanos, aewwww. 3 mulheres e 1 homem. Tinham que relaxar né, chegaram com fome, por isso umas 4:30 fomos comer, tudo fechado como sempre a esta hora, ate que achamos um lugar de cachorro quente. E então o Julian teve que ir para aula de novo, e eu fiquei sozinha com eles, geeeente. Levei eles conhecerem a catedral, demos umas voltas, tomamos sorvete no thionis para variar. Voltamos e fomos descansar, eu ainda tinha um pouco de dor de garganta. Eis que chega a noite!! Ahaaaaam. Finalmente fomos pra balada em frente de casa! Hauihaiuahia matei minha curiosidade. O melhor é que de sexta tem banda no começo, e não paga para entrar. Essa nova leva de mexicanos sem bem diferentes dos outros, essas são doidos!!! Bebem muito, e adoram festa! La pela 1:30 fomos pra balada, tava de boa, bandinha, eu adorei, cantaram de tudo, tentaram ate português, bem zuado, era uma musica do paralamas, e uma outra que poderia ser um axé, mas eu nunca tinha escutado e aparentemente, sucesso na argentina. Depois das 3 o lugar tava lotadissimo, impossível andar, ou ficar parada (porque o povo que andava te empurrava), e a musica bombando, reggaeton! Deu um tempo e eu cansei, simplesmente, voltei pra casa, era umas 4:30 da manhã, o resto do povo ficou até as 6:30, 7 não sei. Saldo final deles, 1 bacardi, 1 vodka Sky, coca e suco para acompanhar, 200 pesos, uma das mexicanas beijou 4, a outra que tem namorado no México de casal com o Julian! Eu inconformada com o povo!
Sabado logicamente não teve trabalho também, dormimos o dia inteiro. Eu só passei no supermercado comprar uns supplies. Tentei trabalhar um pouquinho para não acumular durante a semana (não adiantou muito). E o povo cozinhou, tinha que ver que legal, omelete (pq temos ovo até o talo que sobrou da tortilla dos outros mexicanos). Eu não fiz nada, ia limpar, mas quando fui fazer isso, já tinham limpado, fiquei meio antisocial Tb, comi no meu quarto e tudo, é muita gente, simplesmente inviável algumas coisas, como cozinhar na cozinha tão pequena! Sabado de noite fomos um pouco mals. Deixamos os mexicanos, com um mapa e uma chave, para fazerem o que quisessem, mas que nos (Julian e eu), já tinhamos uma festa para ir!! (festa do congresso da AIESEC em Escobar!). O Julian tinha ate tentado locar um carro para caber todos, mas ninguem tem cartao de credito aqui, daí não deu (ainda bem).
Fomos Julian, eu e Gabo, no carro com o Tincho! Que aventura! Huaihauia Saimos de casa umas 7:30 da noite. Para chegar em Escobar se calcula 40 min de carro ate Buenos Aires, depois mais umas meia hora. Íamos chegar umas 9. Pra começar em BS, a 9 de Julio um caos por conta dos preparativos para o centenário e mais, nos perdemos, e alem de tudo, com GPS!!! Huaihauihaui rodamos muito! Nada fazia sentido, mas o tincho jurava que tinha anotado tudo certo! E tanto xingamos o pessoal da organização hauihaiua. Maldade! Até que descobrimos que estávamos no lugar errado! Aparecentemente chega uma hora que o negocio bifurca, e estávamos na ponta contrária da mesma avenida das indicações!!! Com isso chegamos quase 23 horas no congresso.
Bom, porque ainda demorou um tempão ate começar a festa mesmo, ficamos vagando enchendo o saco das pessoas, conversando. Teve bom. E a festa foi demais!! O tema era ladrão e prostituta. Não me pergunte porque aqui é assim, e não cafetão! Logicamente eu não estava fantasiada. No congresso tinha povo do uruguay, córdoba, Mendonza, tandill, Buenos Aires, La plata, e um povo do Brasil, 15 pessoas da AIESEC de Santa Maria, mais 2 de são Paulo e uma de minas. Muito engraçado que eu fui conhecendo o povo pelas musicas e tals, e era uma festa quando descobriram que tinha mais brasileiro, huiahai me cumprimentavam e pulávamos, mega engraçado, povo muito animado, todos na conferencia no geral alias, dançam muito, muito bem divertido. Ficamos até o final, umas 4:30. E voltamos conversando no carro, a técnica para manter o tincho acordado foi bem legal, o gabo ia soltando tópicos e a gente emitia nossa opinião, ou então perguntas nada ver, para fazer listas, por exemplo, 5 coisas que levaria para uma ilha deserta, se tivesse 30 milhoes vc continuaria trabalhando, deixaria para os seus filhos? Coisas do cotidiano que mais te irritam, que nome dariam para um cachorro, entre outras coisas engraçadas.
Chegamos e eu assisti um seriadinho, depois fui dormir, fui a ultima a acordar domingo! Depois das 2 da tarde! Galera já tinha ido no supermercado e cozinhado, foi o tempo deu tomar banho e ir almoçar com eles! Estava muito bom, fizeram um pão com queijo derretido, e bife!!! Depois finalmente trabalhamos!! Ficamos das 3 as 7 trabalhando com os mexicanos. Arrumei minha mala, e então eu vim no PC, escrever tudo isso, eles fizeram janta também, hambúrguer, e eu comi aqui no quarto também, enquanto escrevo tudo isso. E finalmente fico mais sussegada, por estar colocando as coisas em dia! Huiahaiuhai Viajamos agora de noite eu e Julian para Pinamar. E os mexicanos ficam, amanha segunda 2 se vão para Tigres, e outros 2 na quarta, para Pergamino ou San Pedro, a definir.
Isso é tudo.
2 comentários:
Sara!
Li tudinho! Quanta história, irmã!
Fiquei feliz por ver que você tem tido momentos divertidos e que tem passado por aqueles que não são tanto sem desanimar!
Eu tenho certeza de que você tem feito um bom trabalho que está fazendo diferença e sendo reconhecido!
Ah, e como assim as meninas riam mais do que eu e a Vá juntas? Deviam ser bem malas mesmo! Hahaha
Saudade grande, sis!
Beijos
Ree Valeu por ter lido, achei que ninguem ia chegar ate o fim, fora minha mãe!
Tenho problemas de manter uma coisa constante por muito tempo, assim que o blog me serve de terapia tambem! e nao vou desistir!!! hahaha
Pois eh, bem doidas as mexicanas viu...
Ah re! eu vi os ultimos HIMYM, estão MUITO bons!! adorei!
beijão
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