Os dias estavam pequenos, e ficou tudo para em cima da hora... Mesmo. Na confusão para sair de casa não comi, o estomago doía, perdi o telefone de quem ia me esperar no aeroporto, já não cabia mais nada na mala, cabelo molhado (não deu tempo nem pra chapinha) , mini caos.
Acabamos saindo um pouco mais tarde que o planejado, mas de qualquer forma eh São Paulo, logo ali de Pira... fui com ânsia o caminho todo e um livro estudando espanhol! haha
Cheguei em cima da hora também no aeroporto! No ultimo minuto do check in, me passaram na frente das pessoas, aquela correria. Mas teve um lado bom, eu estava 6 kgs de sobrepeso, e nem ligaram, deixaram passar. Por isso, sem fotos do Aeroporto ou grandes despedidas.
Minha esperança era dormir no avião, mas nem isso consegui! A atendente tinha um sorriso forçado, as pessoas do meu lado mudaram de assento, fui sozinha todo caminho. O dia estava lindo de cima, azul, e na argentina quase nenhuma nuvem. O lanche da Gol bem zuado, assim como meu estomago, não consegui comer de novo. Errei ao preencher o papel da alfândega, tive que esperar todos saírem para pegar outro.
Isso resultou que fui a penúltima da fila para passar pela migração, e minha mala de mão de mais de 10 kilos soh me judiou durante a espera. Quando consegui passar, apesar de não entender metade do que a mulher da migração me falou, respondi num espanhol baixo, tremido, tímido que ela teve que completar minhas frases, e eu me contive a responder apenas, si!
Mas passei ufa, atrasada já para encontrar os que iam me buscar no aeroporto. Para minha surpresa estavam lá, 3 membros da AIESEC, com uma faixa grande, com meu nome. Minha felicidade se juntou com minha timidez, e arrastando minhas malas mais que pesadas, fui até eles. Todos muito simpáticos, e eu de perna bamba, arrisquei o espanhol, porque afinal não me paravam de fazer perguntas.
O calor de rachar e fomos para La Plata finalmente, uma hora de carro. As pessoas foram cantando, batendo papo e rindo muito, já me sinto quase em casa (que tem pessoas loucas assim também). Mas a minha cara não enganava, estava quase morrendo e tentando ser simpática, enquanto tentavam me consolar.
Chegamos na cidade, calçadas largas, muito grandes, ela é toda planejada, mas de um jeito estranhíssimo, tem várias diagonais e praças. Me deram um mapa e indicações, passeamos um pouco de carro, vi a praça enfeitada pelo domingo de ramos, fiquei com peso na consciência de não ter ido na missa. Isso tudo já passava das 15:30.
Finalmente a tão aguardada acomodação ofertada pela empresa. Julian meu companheiro de AIESEC, trabalho e casa, um colombiano gente boa, já me aguardava de ressaca. É como um pequeno apartamento, extensão do próprio lugar, fica numa esquina. A janela é um problema porque da pra ver quase tudo que tem dentro, e não é seguro deixar aberta, então o ar não circula muito. Estamos rodeados de material da organização, um dos quartos fica no porão, o problema é que cheira um pouco mofo e o guarda roupa estava meio destruído. Nosso sofá é outra cama, descobrimos que tem 2 gatos no quintal. A cozinha... a cozinha é boa.
Mas de tudo isso só fui capaz de observar de leve, estava tão atordoada que assim que todos se foram, e minha cabeça quase estourando de confusa de falar e pensar em espanhol, inglês, italiano, português (vê que ficou tudo misturado), fui dormir. Eu na parte de baixo do beliche e Julian na de cima, no único quarto habitável. A proximidade da rua é incrível e se ouve tudo, meio diferente do meu quarto em pira, afastado de qualquer barulho.
Naquela altura do campeonato isso foi irrelevante, acordei já de noite, e ai sim fui para o banho (faz o favor!). Ah mas não podia ser um banho normal...porque só funciona a água gelada! Ahá
Mais tarde nosso amiguinho da AIESEC chegou e fomos jantar. Comemos pizza num barzinho bem legal, Sopranos, que fica na esquina de um dos pontos turístico da cidade (a catedral), tem muitos lugares de pizza, e pra variar a cerveja era Quilmes, a qual não tomei claro, e tive que pagar 5 pesos por água! Usamos o wireless de lá, mas para minha sorte o PC estava quase sem bateria, então tudo que tive foram 15 minutos de internet, que só consegui ver as fotos dos amigos do cara da AIESEC que fez questão e eu não tive coragem de falar não.
Fomos dar uma volta a pé pela cidade, passeamos na rua dos barzinhos, mesmo domingo quase meia a noite tinha gente pela rua tomando sorvete e com galera nos bares. Gente bonita e tals, gostei! Voltamos e no caminho passamos comprar água, e que raiva, o carinha do mini mercado perguntou se éramos brasileiros!! Hahha odeia ter cara do estereótipo brasileiro, o engraçado é que o Julian também tem cara de brasileiro!
Percebi que é mais fácil falar que sou de são Paulo quando perguntam, porque até explicar Piracicaba ou mesmo Ribeirão Preto, já complica tudo.
Quando fomos dormir, já estando cada um na sua cama Julian me solta essa: no que está pensando? Fui sincera... “bom, que tenho que me acostumar, esse foi só o primeiro dia e vc? Ele: “uow, não se parece em nada como minha casa, mas que agora que chegou está melhor”
E assim dormi a primeira noite, com um travesseiro um pouco mais alto do que costumo (tenho que achar outro por aqui), minha mala toda revirada, e muito cansada! Para ajudar, acordei com TPM!
Já passava da meio dia e meia quando acordei, alias, me acordaram, Julian foi me chamar, porque a faxineira ia limpar o quarto e eu precisava sair... isso eh bom, temos empregada que vem uma vez por semana, ótemo. Descobri que vão lavar as roupas da casa também, como cobertor e lençóis.
Foi ai que cruzei a porta e taram! Já estamos no escritório da FECAMI! Conheci a Ale (alejandra), uma mulher muito simpática, que gosta de abraçar. Foi super simpática, o que me deu esperança que trabalhar com ela vai ser massa. Café da manhã = Kit Kat (chocolate, é agora posso comer, Quaresmo acabou)
Mais tarde resolvemos ir almoçar, pena que já estava um pouco tarde para restaurantes, acho que era quase 3 da tarde. Tivemos que ir em alguma lanchonete, fomo em uma numa praça aqui perto, rua 8, praça Itália. Eh tipo o centro de La Plata. Comi um lanche gigante de frango e refrigerante (fim da quaresma). Na volta fomos no mercado aqui perto também, por sorte meu cartão passou, e muito engraçado que três dos caixas do mercado tinham o mesmo corte de cabelo, a lá Lisa TKM ou rebeldes, queria tirar foto, mas achei que ia ser meio chato.
Voltamos e como visita Sol da AIESEC daqui Tb veio nos visitar, trouxe um celular para mim, o qual ainda não sei o numero! O dia está quase acabando, Julian me mostrou na câmera para o pais dele, vimos um pouco o por do sol bonito, e fomos convidados para jantar na casa da Sol! Acho que é o Julian que vai cozinhar, deseje - nos sorte!


 
